Holy Time: Depressão e ateísmo são temas de nova música
Após divulgar detalhes sobre a música “Till the End of it All”, o vocalista Eduardo Aita comentou os temas que envolvem outra composição nova do HOLY TIME, “Don’t Blame Me Now”. Ambas as músicas farão parte do vindouro novo EP, ainda sem data de lançamento. Enquanto “’Till the End of it All” tem como foco a importância da amizade no combate à depressão, “Don’t Blame Me Now” tem uma temática mais delicada, “uma vez que lida com a questão religiosa, e, portanto, de crenças e paixões. Uma pessoa em depressão muitas vezes encontra suporte emocional em suas crenças, e/ou nas pessoas que compartilham das mesmas crenças, e isso é extremamente proveitoso para a segurança do tratamento.”.
Eduardo explica: “Uma pessoa agnóstica ou um ateu não recebem o mesmo tipo de apoio. E o problema, é que as pessoas religiosas tentam impor suas crenças como a saída para aquela situação. “Você deveria acreditar em deus, ou em alguma coisa, qualquer coisa”. Acontece q um ateu agnóstico não acredita em nada sobrenatural, nenhum personagem de contos fantásticos ou de fadas, e acreditar ou não, por incrível q pareça, não depende da vontade.“.
Desta forma, o HOLY TIME indaga temas pouco discutidos no Heavy Metal, como se fosse um tabu ou algo sem muita importância, mas que atinge grande parte da sociedade. Em relação à religião, Eduardo indaga o fato de pessoas quererem impor suas crenças: “Se abro minha janela e vejo um céu limpo e um sol forte, não existe como eu fechar e me forçar a acreditar que está chovendo copiosamente, até porque as réstias de sol que entram pelas frestas denunciam que o sol continua lá. Assim acontece para um agnóstico… não é má vontade. Depressão é tão cruel que mesmo um ateu ou agnóstico passaria com certeza a acreditar em um deus para ajudar a sair dela, se acreditar fosse uma opção minimamente possível”.
Para o músico, “Don’t Blame Me Now” nasceu de uma revolta contra essa falta de capacidade de compreender a posição de um ateu, que naturalmente é obrigado e treinado a vida inteira a aceitar e respeitar a religiosidade alheia. Por isso a música carrega um forte tom irônico. “Tentar converter um ateu em depressão como se isso fosse o salvar, equivale a empurrar uma pessoa de um penhasco para acabar com o medo… o medo acaba, mas a pessoa também. É mais um problema para a pessoa enfrentar”, finaliza.
Ouça o EP “Time is the Only Way” via Youtube:
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