RENATOCAST lança primeira parte de entrevista com a banda paraguaia KUAZAR, destacando fatos sombrios da Guerra do Paraguai
O podcast RENATOCAST inicia o ano apresentando a primeira parte de uma entrevista com o guitarrista e vocalista José Gonzalez, da banda de Thrash Metal paraguaia KUAZAR. Com um novo disco sendo divulgado, intitulado “Hybrid Power”, lançado em junho do ano passado, o power trio que ainda traz Marcelo Saracho (baixo) e Eduardo “Raty” Gonzalez (bateria), corre a passos largos para se tornar um dos principais nomes do Metal do Paraguai. Neste bate-papo com Renato Sanson, o músico não poupou detalhes sobre o processo de produção do álbum, explicando que seu lançamento deveria ter sido realizado muito antes, mas devido à pandemia, houve um atraso significativo. “Hybrid Power” conta inclusive com a participação do baterista gaúcho Marcelo Moreira, que além das baquetas comandou a produção artística do trabalho.
José Gonzalez relembrou ainda os bons momentos em que passou pelo Rio Grande do Sul durante o processo de produção de “Hybrid Power”, tendo passado por Porto Alegre e Caxias do Sul, onde parte do álbum foi produzido. Dentre os acontecimentos deste período, destacou ainda a passagem de Marcelo Moreira pela banda e o retorno de seu irmão “Raty”, consolidando assim o retorno da formação clássica da banda. Tais experiências, segundo o guitarrista/vocalista, tornaram o resultado final do álbum ainda mais rico, algo comprovado em suas oito faixas. Um dos destaques de “Hybrid Power” é “Machete Che Pope (Acosta Ñu)”, que recebeu um caprichado e polêmico vídeo clipe, onde aparecem tocando em uma igreja. No bate-papo, que se transformou numa autêntica aula de história, José Gonzalez explicou o conceito que envolve a letra, a receptividade do vídeo clipe e a importância de buscar conhecimento, declarando que sem conhecermos o passado, não entenderemos o que se passará no futuro.
A igreja em que o vídeo clipe foi gravado fica na cidade de Piribebuy, e é reconhecida como patrimônio da Unesco devido ao seu papel histórico durante a Guerra do Paraguai, sendo o local onde o Conde d’Eu realizou uma terrível matança de civis. A música fala de um dos episódios mais sombrios da história bélica da América do Sul: a “Batalha de Acosta Ñu”, marcada por atrocidades cometidas pelo exército brasileiro, onde crianças foram queimadas vivas e a eliminação completa da população civil. O confronto se estendeu por um período de 5 horas no dia 16 de agosto de 1869, durante as quais as forças aliadas, desfrutando de uma substancial superioridade numérica e tecnológica, conquistaram a cidade. Nesse cenário de conflito, o hospital local foi incendiado, resultando na perda de vários feridos e na destruição dos documentos oficiais. A batalha teve como protagonistas, do lado paraguaio, crianças e adolescentes. Tal evento foi tão marcante que a data acabou sendo designada como o Dia da Criança no Paraguai.
Assista ao vídeo clipe de “Machete Che Pope (Acosta Ñu)”:
Ouça a primeira parte do podcast com o KUAZAR:
Créditos da foto: Guti Gonzalez
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