“Burning Like Hell”, do Megahertz, celebra quase 40 anos de história; confira resenha!

Já se passaram 38 anos desde que a banda Megahertz, de Teresina, Piauí, deu seus primeiros passos no cenário Metal brasileiro, que naquela época fervia de bandas em todos os cantos. Era uma gurizada nova, com sangue nos olhos, que a recém saída da ditadura, estava pronta para conquistar o mundo. Com o Megahertz não foi diferente, pois de de 1985 até 1989 foram lançadas diversas demos e um split com os conterrâneos do Avalon, intitulado “Stop the Fire / Technodeath”, lançado pela Cogumelo Records. Trata-se de um split clássico, e do lado do Megahertz, o lado B do vinil,estavam as músicas da demo “Technodeath”, que havia sido lançada no mesmo ano em formato K7. Quem não lembra daquela capa clássica do esqueleto sentado em frente a um computador?

Do EP em diante o grupo lançou mais alguns materiais, mas foi em 2002 que o jogo virou, com o lançamento do álbum “Pyramidal Power”, com a banda transitando entre o Thrash Metal e influências modernas, porém mantendo o peso e agressividade intactos. Desde então o Megahertz se manteve fazendo shows e trabalhando com afinco neste belíssimo CD que é “Burning Like Hell”, lançado em abril de 2022, exatamente duas décadas depois do debut.

“Burning Like Hell” chegou ao mercado pela Mog Records, em parceria com a Orange Produções, que capricharam no material, produzido em formato digipack. No line-up estão Nixxon (vocal), Kasbafy e Mike Soares (guitarras), Marcelo “Briba” (baixo), Iago Dayvison (bateria), músicos já tarimbados e que sabem como tirar uma sonoridade matadora. As músicas de “Burning Like Hell” não dão descanso: do início, com “The Sound of Destruction”, até a última, “Heroes”, o quinteto despejar um Thrash Metal visceral e sem conceções a outros estilos, atingindo o ouvinte com os dois pés no peito. De destaques, posso citar a própria faixa de abertura, “The Sound of Destruction”, com riffs anavalhados e uma pegada monstruosa, sobretudo na hora do solo, na metade final da música. A faixa-título também se destaca, inclusive ganhando um caprichado lyric vídeo em homenagem à cidade natal do grupo, Teresina, e sua temperatura quente, às vezes chamada também de “Terehell”.

E aqui cabe um adendo pessoal, que foge à resenha: infelizmente nunca tive a chance de assistir a banda ao vivo, porém, devo citar aqui que a oportunidade me foi tirada em 2012, quando a banda deveria tocar no domingo, 22 de abril, no catastrófico festival Metal Open Air. De qualquer forma, tive a honra de conhecer pessoalmente os gente finíssimas Kasbafy e Mike Soares nos bastidores do evento, quando pudemos conversar e tirar umas fotos. Aliás, sempre vi o nome do Kasbafy e Megahertz em revistas como Rock Brigade e Metalhead na década de 1990, além de nutrir uma paixão especial pelo EP “Stop the Fire / Technodeath” e sua capa icônica.

No geral, “Burning Like Hell” entrega um portentoso, pesado e agressivo Thrash Metal, e está na minha lista de 10 melhores lançamentos de 2022, sem sombra de dúvida.

Track list:

1. The Sound of Destruction
2. Bang Your Head
3. Wicked Mind
4. Burning Like Hell
5. Fight from Freedom
6. Hostage to Violence
7. Inner Strength
8. Thieves in Black
9. Revolt
10. Blind Faith
11. Hold Tight
12. Heroes

Assista ao lyric video de “Burning Like Hell” no YouTube:

Ouça “Burning Like Hell” no Spotify:

WarGodsPress

Assessor de Imprensa com a Wargods Press, colaborador da revista Roadie Crew, co-autor do livro Tá no Sangue! e podcaster com o Metal Legacy.