Megalon e Althar representam o Metal Extremo em documentário sobre o Rock no Vale do Paranhana
Em fase final de edição, o documentário promete reviver grandes momentos da cena musical do Paranhana
O Vale do Paranhana, localizado a cerca de 80 km de Porto Alegre, é composto pelas cidades de Taquara, Igrejinha, Três Coroas, Parobé, Riozinho e Rolante, todas banhadas pelo Rio Paranhana, antigo Rio Santa Maria. Possui uma população estimada em aproximadamente 208.892 habitantes, conforme dados recentes do IBGE. Conhecida por suas paisagens bucólicas e pela forte influência da colonização alemã, a região ganhou destaque também por uma efervescente cena cultural que desafiava os padrões estabelecidos. Durante as décadas de 80 e 90, o Rock/Metal deu voz a jovens que buscavam expressar suas inquietações e sonhos em uma época de transformações sociais. E tão distantes das capitais.
Este cenário é explorado no documentário “As Pedras do Rio Ligeiro – A História do Rock no Vale do Paranhana”, dirigido por Rodrigo Viegas. O filme, que será lançado no primeiro trimestre do próximo ano, realiza uma viagem a um tempo já longínquo, mas com muita história para contar. Com apoio da Lei Paulo Gustavo e da Prefeitura de Taquara, o documentário superou anos de desafios para ser finalizado. Dentre as bandas entrevistadas, que englobam diversos estilos, destacam-se dois nomes muito conhecidos da região: Althar, de Três Coroas, e Megalon, de Taquara.
Althar, pioneiros do Thrash na região
Entre as bandas que marcaram essa cena, o Althar se destaca pela sua sonoridade que evoca influências de Progressivo em seu Thrash Metal. Com composições técnicas e trabalhadas, a banda consolidou-se como uma referência local e simbolizou um grande potencial. E seu surgimento, no final da década de 1980, está intimamente ligado com outras bandas, o Executor e o Eros. Formada originalmente por Gustavo dos Santos (bateria), Alex de Mendonça Falk “Rexx” (guitarra e vocal), Otávio (guitarra) e Vinicio Omar Petry (baixo), o Althar iniciou sua jornada carregando as influências do Executor. A primeira grande mudança na formação veio com a entrada de Alessandro Marques no lugar de Otávio, em um episódio curioso relatado pelo próprio Alessandro: “Eu queria assistir o Althar, que era a segunda banda a se formar na cidade. Quando fui ao ensaio com duas amigas, me convidaram para tocar guitarra. Acabei tocando o ‘Master of Puppets’ inteiro com eles e, na semana seguinte, me chamaram para entrar na banda. Com a saída do baixista para Natal, assumi o baixo e, mais tarde, pela constância de ensaios sem a presença do Rexx que morava em POA, assumi os vocais e a guitarra”.
Com os ensaios frequentes – de domingo a domingo, das 20h às 22h –, o Althar logo começou a criar músicas próprias, registrando tudo em fitas K7. A banda fazia apresentações improvisadas, muitas vezes em uma garagem com portas de correr, atraindo um público crescente. “No começo, nosso público eram três pessoas. Mas isso foi crescendo e culminou em um festival de canoagem, onde nós abrimos a garagem e tocamos para uma multidão que também veio para o show do Barão Vermelho”, relembra Alessandro, que posteriormente montou a banda Father’s Face, com dois álbuns e diversos shows na bagagem.
No final dos anos 80, o Althar consolidou-se como um trio, com Gustavo na bateria, Rexx no baixo, e Alessandro nas guitarras e vocais. A banda adentrou os anos 90 com o lançamento de demos e a participação na histórica coletânea “Thrash, Heavy and Loud”, de 1992, com a música “Butterfly in to Hope”, ao lado de nomes proeminentes da época, como Distraught, M-19 e Sacrario, além de realizar um show em Buenos Aires. Ainda naquela década encerrariam as atividades, porém, deixando uma história que agora é relatada no documentário: “A participação do Althar no documentário foi essencial para mostrar como o Thrash Metal encontrou espaço no Vale do Paranhana, mesmo sendo um subgênero com poucas bandas na região. Eles representaram muito bem essa vertente do Metal”, comenta o diretor Rodrigo Viegas, da Tai Creative MKT e Entretenimento.
Megalon e o Death Metal no Paranhana
Formada em Taquara em setembro de 1993, a banda Megalon trouxe a brutalidade e a complexidade do Death Metal para a cena local. Influenciada por nomes como Sodom, Rotting Christ, Paradise Lost e Sepultura, a banda teve uma carreira marcada por intensas mudanças de formação, mas a sua fase clássica contou com Cassiano Haag (bateria), Breno Marmitt (guitarra), Juliano Schmitt (guitarra), Garibaldi Armelenti (baixo) e Cássio Grovermann (vocal). A sonoridade da banda combinava bases melódicas, riffs cortantes, uma cozinha variada e vocais marcantes, explorando temas de ficção científica e questões ecológicas. Tudo isso sem medo de inovar.
Durante sua trajetória, a banda realizou diversos shows tocando em cidades como Porto Alegre e São Leopoldo, consolidando-se como uma das principais bandas do vale. Suas demos “Hands of God” (1998) e “Gattaca” (2001) foram destaque em resenhas de revistas e fanzines nacionais, incluindo a tradicional revista Rock Brigade, o que ampliou sua visibilidade na cena brasileira. A participação na coletânea “4º PVSINOS Fest Rock”, com a faixa “Ticket to Neverland”, também evidenciou sua contribuição à história do Metal Extremo do Paranhana. “Quando falamos da Megalon, estamos falando de uma banda que não só representou o Death Metal na região, mas que levou esse som para fora, deixando sua marca em shows memoráveis e através de suas gravações. Além disso, foram responsáveis pela organização do festival Thrash Attack, que até hoje é lembrado pelos headbangers locais”, destacou Viegas.
O documentário: o retrato de uma época
“As Pedras do Rio Ligeiro – A História do Rock no Vale do Paranhana” vai além de um registro histórico ao capturar o espírito de uma época em que o Rock transcendeu suas origens musicais para se tornar um motor de mudança cultural. Com uma narrativa que destaca a energia e a paixão dos protagonistas da cena, o filme celebra a persistência de artistas que encontraram no Rock uma forma de resistir e transformar a realidade local. “Esse documentário eterniza uma época marcante e que deixou saudades”, conclui Viegas.
Além da direção de Viegas, o documentário traz em sua equipe Taína Lauck como atual diretora de produção, Aline Gaia como Assistente de produção em SP e Muriel Paraboni, na operação de câmeras das últimas entrevistas, além das participações de Aguiovani Oliveira e Alessandro Marques no Som direto das entrevistas, direção de fotografia de Aline Letícia Machado e direção de arte de Rodrigo Viegas e Jonas Ferrari,
Assista ao trailer:
Créditos das fotos: Divulgação
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