Burn the Mankind: Em entrevista, detalhes sobre novo trabalho e o show no Noisy Bazaar neste domingo

Neste domingo, 15 de setembro, será realizada a segunda edição do NOISY BAZAAR, evento que será realizado um domingo por mês na Casa Obscura, espaço underground de Porto Alegre dedicado ao cenário alternativo. O evento tem como foco viabilizar a venda de merchandising de bandas do underground, ao mesmo tempo oferecendo venda de chopp, lanches rápidos e brechó da Obscura. Nesta segunda edição participarão as bandas Burn the Mankind (Porto Alegre), Inexistence (Porto Alegre) e Evil Eye (Montenegro). O BURN THE MANKIND, formado por Marcelo Nekard (vocal/baixo), Rafael Barros e Marcos Moura (guitarras) e Sandro Moreira (bateria) é um dos grandes representantes do Death Metal gaúcho, e atualmente trabalha nas composições de seu novo trabalho, um EP que deverá ser lançado até o final do ano. Conversamos com os guitarristas Rafael Barros e Marcos Moura sobre o atual momento da banda e, é claro, sobre o Noisy Bazaar! Confira!

Saiba mais sobre a banda:
https://www.facebook.com/burnthemankind/

Wargods Press – Como você e o Marcos Moura tem encarado a mais recente reformulação da banda, com a entrada do baterista Sandro Moreira (Rebaelliun/Exterminate) em dezembro do ano passado? Anteriormente, em 2017, Marcelo Nekard (Symphony Draconis) já havia assumido baixo e vocal… Como está se saindo este line-up?

Rafael Barros: A banda está em sua melhor formação, sem dúvidas! Não desmerecendo o trabalho de ninguém que passou pelo Burn, muito pelo contrário, só temos elogios em relação aos antigos integrantes que deram 100% enquanto estavam no grupo. Marcelo, além de ser bastante profissional, tem experiência no underground, sabe como as coisas funcionam e contribui bastante nisso. O Sandro tem uma senhora bagagem oriunda do Rebaelliun, Exterminate e Mental Horror, é uma honra trabalhar com alguém tão gente boa, pés no chão e excelente baterista.

Wargods Press – O debut “To Beyond” foi lançado em dezembro de 2015, e o próximo passo é o lançamento de um EP. Como está a produção deste trabalho? O que podemos esperar agora com Marcelo e Sandro adicionando suas influências?

Marcos Moura: A produção do EP está em fase final, faltam detalhes como solos e vocais, as bases de guitarras e baixos estão prontas assim como a bateria. A pegada nesse EP considero uma evolução se comparado ao nosso álbum de estreia. A forma coesa e direta de tocar do Sandro Moreira deu a banda um clima mais agressivo a essas quatro músicas. O EP é a primeira contribuição do Marcelo Nekard nos vocais e nas letras, numa abordagem mais obscura sobre a existência humana. Estamos ansiosos para lançar esse material o mais breve possível.

Wargods Press – Aliás, ainda é importante falar de “To Beyond”, já que o álbum rendeu diversas críticas positivas em todo o mundo. Como você encarou a recepção deste álbum em relação ao material que você e o Marcos lançaram com o Nephasth?

Marcos Moura: A recepção foi ótima, fiquei orgulhoso de um trabalho feito com muita paciência e esforço ganhar vida e forma. Penso que são momentos diferentes, o Nephasth surgiu em um momento especial em nossas vidas, todos jovens e com uma cena forte em todo o mundo acontecendo e tendo muita mídia. O Burn the Mankind em outra situação, num mercado em reconstrução e renovação, fazer parte desses dois momentos antagônicos é incrível.

Rafael Barros: Nephasth era uma banda extrema e com interesse de sempre tocar rápido. No Burn não há essa pretensão, entende? Nós gostamos de tocar músicas intensas e rápidas, mas também gostamos de colocar muitos outros elementos. No Nephasth tínhamos praticamente desde o início pessoas nos bastidores trabalhando em promover a banda. Tínhamos o mesmo empresário do Vader e Decapitated, fora que os selos ofereciam melhores condições nos contratos também. Bons tempos onde os headbangers compravam muito material das bandas, com isso os selos promoviam muito bem os discos em revistas pelo mundo. Com o To Beyond, basicamente fizemos por conta o lance de promoção e não foi nem de longe o desejado. Tivemos uma boa distribuição do disco pelo mundo e boas críticas, o material foi enviado para todos os lugares possíveis e foi vendido também em diversos países, mas não tínhamos condição de bancar a promoção do trabalho da forma correta. Essas foram as principais diferenças e dificuldades pra mim. Há pessoas que curtiram o “To Beyond” e outras não, normal! O Nephasth nunca foi uma unanimidade.

Wargods Press – Eu iria justamente falar da diferença entre o Nephasth e o Burn the Mankind. O Nephasth priorizava a velocidade, que na época, era o que estava em voga, mas o BTM tem criado uma sonoridade que é mais variada, mas não deixa de ser extrema em nenhum momento. Esta busca de velocidade na época era um retrato fiel do que acontecia no mundo. Como foi estar inserido naquele “boom” do Death Metal?

Rafael Barros: A culpa foi do Krisiun que teve forte influência no nosso som e realmente mostrou o caminho pra tudo. Sempre ficávamos boquiabertos assistindo eles ao vivo. Mesmo no Nephasth havia bastante preocupação com a dinâmica no som, queríamos ao mesmo tempo ser rápidos, intensos e também buscar variar o som. O importante antes de tudo era passar feeling! Ter um baterista excelente como o Maurício Weimar nos deu todas essas condições e aproveitamos isso ao máximo, então, acho que as coisas simplesmente aconteceram pra nós, sem forçar nada, apenas fazíamos o que estávamos a fim de fazer e podíamos. Aquela época foi insana, muitas bandas inspiradas e tocando rápido, foi um período bastante fértil dentro da música extrema e respiramos muito daquela atmosfera também.

Wargods Press – Vocês têm feito alguns shows pelo RS e no próximo domingo estarão na segunda edição do Noisy Bazaar. O que podemos esperar em relação a esta apresentação?

Rafael Barros: Dois sons novos já estão fazendo parte do set e estarão no EP que sairá em breve. O Noisy Bazaar é um evento com uma proposta bastante legal de apoio às bandas, haverá venda de merchandising, exposição de arte, tatuagem e será realizado num local que não é exatamente feito pra shows, então, certamente será um evento bem mais tranquilo, descontraído e entre amigos.

Wargods Press – Porto Alegre sempre teve altos e baixos no underground, como em qualquer lugar. E é justamente em locais como a Casa Obscura que o underground mantem a resistência. Qual a importância de lugares como este para a fomentação do underground?

Marcos Moura: A importância de espaços como o Obscura é decisivo para que esse movimento contra cultural possa continuar a existir. E no momento em que há um levante fascista no país, esses espaços ganham uma importância ainda maior, de onde podem e devem surgir novas manifestações artísticas e culturais.

Wargods Press – Pessoal, agradeço bate-papo! Por favor, deixem um último recado:

Rafael Barros: Muito obrigado pela entrevista, acho muito importante poder falar a respeito das bandas na qual eu e o Marcos fizemos parte e poder separá-las uma da outra. São bandas bem distintas e às vezes o pessoal não entende muito bem que a proposta do Burn the Mankind não é fazer o tipo de Death Metal que o Nephasth fazia e não trabalhamos pra torná-la igual a essa banda, que apesar de ser bastante importante pra nós, já teve a sua história e seu momento. Convido a todos para conhecerem o Noisy Bazaar deste domingo, tenho certeza que será um ótimo evento. Compareça e apoie uma ideia realmente relevante dentro do underground. Nos vemos lá!

Marcos Moura: Obrigado pela entrevista, pelas excelentes perguntas. Quem puder compareça domingo ao Noisy Bazaar e prestígio as bandas e ao evento, obrigado e até uma próxima.

Ingressos: https://www.sympla.com.br/noisy-bazaar__615575

Confirme presença:
https://www.facebook.com/events/1258692777647029/

Créditos da foto: Alex Ramirez

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WarGodsPress

Assessor de Imprensa com a Wargods Press, colaborador da revista Roadie Crew, co-autor do livro Tá no Sangue! e podcaster com o Metal Legacy.

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